sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Motorista que teria cochilado morre ao capotar caminhão em rodovia da Paraíba

Segundo a PM, o Corpo de Bombeiros retirou o corpo da vítima das ferragens e o liberou para o Instituto de Polícia Científica em Patos
Cidades | Em 31/10/14 às 11h00, atualizado em 31/10/14 às 13h54 | Por Redação (com informações de Leomarque Pereira)
Reprodução/São Bento Online
Corpo de Bombeiros fez o resgate do corpo
Um caminhoneiro de 35 anos morreu na madrugada desta sexta-feira (31) em um acidente na PB-293, entre as cidades de São Bento e Brejo do Cruz, no Sertão da Paraíba.

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De acordo com a Polícia Militar em São Bento, a vítima conduzia um caminhão carregado de cimento quando perdeu o controle e capotou no local conhecido como ‘Curva do Titá’. Testemunhas teriam, afirmado que o acidente pode ter sido provocado por um cochilo do motorista.

Segundo a PM, o Corpo de Bombeiros retirou o corpo da vítima das ferragens e o liberou para o Instituto de Polícia Científica em Patos.

Mulher que descobriu gravidez às vésperas do parto dá à luz em Jundiaí

Bebê, que é um menino, nasceu nesta sexta-feira (31), com 2.880 kg.
Mãe sofre de obesidade mórbida e não desconfiava que estava grávida.

Natália de OliveiraDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Arthur nasceu nesta sexta-feira (31), com 49 cm e 2880 kg (Foto: Divulgação/Hospital Universitário de Jundiaí)Arthur nasceu nesta sexta-feira (31), com 49 cm e 2,880 kg (Foto: Divulgação/HU de Jundiaí)
A professora de Jundiaí (SP) que descobriu que estava grávida apenas aos noves meses de gestação deu à luz ao filho nesta sexta-feira (31). Vanessa Nascimento, de 35 anos, sofre de obesidade mórbida e diz que não desconfiava que estava esperando um filho.
Ela só foi descobrir a gravidez depois que passou por uma consulta de rotina com o ginecologista, na quarta-feira (29), e o médico percebeu que havia algo diferente. Segundo a professora, ele suspeitou de um mioma e a encaminhou, com urgência, para o hospital.

O bebê, um menino, nasceu de cesariana pesando 2,880 quilos e medindo 49 centímetros. Arthur, nome escolhido para a criança, é o segundo filho de Vanessa e Luciano Nascimento, que estão casados há 20 anos. O casal já tem uma filha de 17 anos. "Apesar do susto inicial, estou muito feliz. Eu já queria ter um outro filho, isso há muito tempo, só não esperava que ele fosse aparecer assim tão rápido", afirma.
Na unidade de saúde, Vanessa passou por diversos exames, entre eles uma ultrassonografia, que constataram que ela estava, na verdade, grávida de 37 semanas, ou seja, prestes a completar nove meses de gestação. "Na hora eu senti uma mistura de felicidade, surpresa e desespero. Não senti nenhum sintoma de gravidez, enjoo, sono, nada", conta.
Entenda o caso
Durante uma consulta de rotina no ginecologista, Vanessa foi informada pelo médico que a sua barriga não estava normal e que poderia ser um mioma ou mesmo um cisto. "Mas, durante os exames, ouviram batimentos cardíacos e constataram gravidez. Como a minha pressão estava muito alta, ele me encaminhou para o hospital", contou a professora.
De acordo com os médicos, Vanessa sofre com problemas causados pelo excesso de peso. Ela tem 140 quilos e é hipertensa. Por isso, ela e o bebê correram riscos durante a gestação.
A consequência poderia ser hemorragia causando a morte do bebê. “Ela tem que estar sempre de olho nas modificações do organismo dela e fazer exames frequentes com o ginecologista”, afirma o obstetra da professora, Francisco Pedro Filho.
Vanessa só descobriu a gravidez aos nove meses de gestação (Foto: Reprodução/TV TEM)Vanessa só descobriu a gravidez aos nove meses de gestação (Foto: Reprodução/TV TEM)

Perícia encontra 3,5 kg de metais dentro de corpo de homem na PB

Objetos foram encontrados durante perícia realizada pelo IPC.
Entre objetos encontrados estavam várias moedas e chaves.

Do G1 PB
Perícia foi realizada por técnicos do IPC (Foto: Kleide Teixeira/Jornal da Paraíba)Perícia foi realizada por técnicos do IPC
(Foto: Kleide Teixeira/Jornal da Paraíba)
Cerca de 3,5 quilos de metais foram encontrados por técnicos do Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba dentro do corpo de um homem de 34 anos que morreu na quinta-feira (30), no município de Caaporã, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds), órgão ao qual o IPC é vinculado, entre os metais encontrados no corpo do homem estavam várias moedas e chaves.
Conforme informou a assessoria de imprensa, o corpo do homem foi liberado nesta sexta-feira (31), mas o laudo com a causa da morte ainda não foi concluído. De acordo com a assessoria, quando o corpo chegou ao IPC, os técnicos foram informados de que o homem teria sido envenenado ao ingerir folhas da planta 'comigo-ninguém-pode', entretanto, ao realizar a perícia no corpo, foi constatada a presença de mais de três quilos de metal dentro do estômago dele.
O laudo com a causa da morte deve ser concluído no prazo de dez dias. O IPC trabalha com a possibilidade da morte ter sido em decorrência do envenenamento, da ingestão de metais ou da combinação dos dois fatos. No IPC, familiares do homem informaram que desconheciam o hábito de ingerir metais e que o homem tinha problemas de saúde.

Pescadores têm de largar o ofício: 'O Rio São Francisco está morrendo'

Seca da principal nascente do Velho Chico foi descoberta durante incêndio.
Situação comprometeu 90% da pesca em Iguatama (MG).

Anna Lúcia SilvaDo G1 Centro-Oeste de Minas
Rio São Francisco está abaixo do nível normal (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)Nível do rio já chegou quase na altura da ponte de 10 metros (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
seca da nascente do Rio São Francisco, em São Roque de Minas, tem afetado de forma drástica uma das principais atividades econômicas da cidade de Iguatama, a 234 quilômetros de Belo Horizonte. Primeiro município a ser banhado pelo Velho Chico no Centro-Oeste do estado, a cidade está com 90% da pesca comprometida, segundo a Colônia de Pescadores Profissionais. De cima da ponte que cruza o rio, a imagem é desoladora. "É dramático olhar para baixo e ver lama e pedaços de madeira. A água acabou e esse rio está morrendo", lamenta Francisco Romoaldo dos Campos, pescador há mais de 30 anos.
A maioria dos 75 profissionais passa por dificuldades e muitos têm procurado alternativas para sustentar as famílias. Há cinco anos, Pedro Henrique Soares pesca no Rio São Francisco. Porém, com a seca rigorosa deste ano, ele precisou recorrer a outros meios para manter a família. “Trabalho como servente de pedreiro para ganhar dinheiro. Não podemos parar de comer, não é? Da pesca não dá para viver mais, pelo menos por enquanto. Então o caminho é buscar alternativas, e me tornei servente até a chuva encher de novo esse rio.”
Em locais onde os barcos a motor entravam da margem para seguir até a parte central do rio restaram apenas alguns filetes de água. Por isso, a navegação agora só é feita por meio das canoas. “Não há condições de entrar com o barco. O motor bate no solo por não ter mais água. Há alguns anos o rio quase transbordava na ponte que tem dez metros de altura. Da pesca está difícil de viver”, afirma a secretária municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Luiza Augusta Garcia Leão.
Iguatama (Foto: G1 MG)
O representante da Colônia dos Pescadores Profissionais de Iguatama, Geraldo Pereira da Costa, de 71 anos, mostrou (veja vídeo ao lado) por onde já passou de canoa no rio – que hoje só tem árvores e terra seca. Há três anos, segundo ele, que a marginal que sustenta o rio não enche como antes. "Já andei de canoa em toda a extensão do rio e agora só tem terra. É claro que veio secando gradativamente, e essa seca não é só deste ano, apesar de ter sido a pior de todas. Isso é um reflexo de cerca de dez anos de estiagem, mas volto a dizer, seca assim eu nunca vi em 30 anos de profissão", conta.
Questionado sobre o que ele sente ao ver a situação do rio, o pescador se emociona e mostra a lagoa que sustentava o nível do Rio São Francisco. Hoje ela não existe mais. "Eu me sinto emocionado porque eu tirei sustento para minhas filhas desse rio. É preciso preservar, pois como que pode o São Francisco se alimentar das marginais se elas estão secas? Não tem jeito. O São Francisco vai secar, o Velho Chico vai morrer."
A rotina dos pescadores de Iguatama começa cedo em épocas normais de rio cheio – às 4h eles saem de casa. Antes, era possível pescar de 30 a 40 peixes num dia de trabalho. Agora quase não se pesca um. "Não passa disso. Um dia inteiro para pegar um peixe, e tem dias que nem isso consigo", lamenta Francisco Romoaldo.
Ficha - especial seca - Iguatama (MG) (Foto: G1)
O pescado é vendido na cidade, e cada pescador é responsável pela própria renda. Espécies como curimatã e piau são vendidas a R$ 15 o quilo. Cada peixe tem pesado, em média, oito quilos e, no fim do dia, Romoaldo recebe R$ 120.
Segundo os pescadores, os peixes mais caros no mercado da cidade são o surubim e o dourado, custando R$ 25 o quilo de cada um. Contudo, eles não encontram mais essas espécies no rio. “O que a gente acha é curimatã e piau, e quando acha. Além do mais, esses peixes têm normalmente 12 quilos, mas com a seca estamos achando de oito quilos. Isso é reflexo da falta de reprodução e de alimentos para o crescimento das espécies”, afirma Pedro Henrique.
Por se tratar da principal atividade de trabalho do município, os pescadores que comprovam viver da pesca e que são associados à Colônia de Pescadores Profissionais recebem uma espécie de seguro-desemprego entre novembro e março, quando ocorre a desova dos peixes, chamada de piracema. Eles param as atividades e recebem um salário mínimo por mês, segundo a secretária de Agricultura e Meio Ambiente. “O governo paga esse valor a eles para que os peixes possam se reproduzir sem interferência humana. Mas, para isso, o pescador precisa provar por meio de notas fiscais que vive da pescaria”, explica o representante da Colônia dos Pescadores.
Pescadores pedem conscientização no uso d emotores com 14 cavalos de potência (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)Pescadores afirma que barcos potentes prejudicam o rio (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
Assoreamento
Além da seca, os pescadores apontam os barcos com motor de potência superior a 15 cavalos como responsáveis pelo assoreamento e baixo nível da água no rio, causadores da falta de peixes. Por isso, pedem a colaboração de quem usa esse tipo de motor. "Quando esses barcos entram na água, eles fazem ondas que sobem mais de dois metros e, na volta, trazem a terra da margem para dentro do rio, o que provoca o assoreamento e prejudica o esconderijo dos peixes, que são os buracos feitos no fundo do rio", diz o representante dos pescadores de Iguatama, Geraldo Pereira da Costa.
Dessa maneira, os peixes se tornam presas fáceis para os predadores e, inclusive, para o homem. "Somos pescadores e queremos os peixes, é fato. Mas o problema disso é que os amadores se aproveitam e pescam as espécies pequenas. Não há tempo para esses peixes crescerem e muito menos para se reproduzirem e gerar uma maior quantidade", explica.
Além disso, o movimento dos motores desses barcos desloca as figueiras, árvores de até 15 metros, comuns na mata ciliar e que protegem o curso do Velho Chico. "O motor bate na base dessas árvores, que acabam despencando. Portanto, o que é proteção na margem também acaba desaparecendo. São inúmeros os problemas causados por esses motores de alta capacidade. Nós, pescadores, geralmente usamos barcos com quatro cavalos, então seria viável que as outras pessoas também adotassem essa mesma potência", afirma.
Nível do Rio ultrapassava base da ponte (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)Há três anos nível do rio ultrapassava base da ponte (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
Enquanto a chuva não vem
Para amenizar os efeitos da seca, a prefeitura tem realizado o abastecimento do município por rodízio. Se antes os moradores tinham água em casa durante todo o dia, agora ela só chega à noite. Isso porque a vazão dos cinco poços artesianos em operação, que abastecem a cidade, era de 40 metros cúbicos por hora e, hoje, a média não chega a 15, segundo dados do chefe de gabinete, Alírio Muniz Leão.
"As máquinas dos poços trabalham para encher os reservatórios e, quando já estão cheios, liberam a água para a população. Anteriormente, quatro horas eram necessárias para atingir o limite de água. Hoje as máquinas trabalham 16 horas para tentar encher os reservatórios e ainda não são suficientes", afirma Leão.
Apelo
Na cidade, o carro de som de Gustavo Barbosa Siqueira circula nas vias pedindo que os moradores economizem água. Também são feitos anúncios em rádio com o mesmo apelo. Ainda assim, Gustavo conta que continua vendo atitudes lamentáveis. "Vejo as pessoas varrendo as calçadas com água da mangueira e lavando carros. É realmente lamentável, pois elas só terão consciência desse problema quando não sair nenhuma gota das torneiras."
Ainda como medida preventiva, o chefe de gabinete da prefeitura informou que estão sendo furados dois poços artesianos, cada um com 120 metros de profundidade. Um deles está em fase de licenciamento ambiental e o outro em liberação de outorga, o direito de uso de recursos hídricos. Além disso, o município tem dois caminhões-pipa, sendo um deles exclusivamente para atender a zona rural.
Em caso de escassez total da água, a cidade não tem onde recorrer. "Ninguém pensou nisso ainda e nem pensa. O subsolo da região é muito rico em água e esse é um caso inédito e totalmente atípico. Estamos confiantes de que a chuva vai chegar e nos abençoar", diz Alírio Leão.

Aposentado na Paraíba apela a água imprópria quando o dinheiro acaba

Ele retira água de um açude onde desagua um esgoto.
Estado tem 15 cidades com fornecimento de água em colapso.

Taiguara RangelDo G1 PB
Sem abastecimento, aposentado tem que carregar água de açude para casa (Foto: Taiguara Rangel/G1)Sem abastecimento, aposentado tem que carregar água de açude para casa (Foto: Taiguara Rangel/G1)
"A gente vive na promessa de chegar água amanhã. E esse amanhã nunca chega", diz o aposentado Renato Avelino de Souza, de 67 anos, um dos 18 mil moradores de Remígio, cidade no Agreste paraibano que enfrenta a falta de abastecimento. Quando a água e o dinheiro acabam, a saída é utilizar água imprópria para consumo de um pequeno açude particular próximo à sua casa, onde também desagua uma rede de esgoto da cidade.
"A água é ruim, mas a gente não tem dinheiro para comprar outra. Quando tiro da aposentadoria, compro um tonel de 500 litros por R$ 50 e só dura uma semana para quatro pessoas lá em casa", explica ele. O custeio do consumo de água afeta em média R$ 200 mensais dos R$ 724 que ele recebe de aposentadoria. Quando a água acaba e os R$ 200 já foram gastos, ele apela para o açude. O aposentado afirma que até o momento ninguém de sua família ficou doente por consumir essa água.
Ele é um dos 167 mil paraibanos de 15 municípios que estão com o abastecimento de água em colapso, de acordo com a Defesa Civil. O estado ainda tem 13 municípios com sistemas em alerta, cujos açudes estão com menos de 20% da capacidade, e 29 em racionamento, com abastecimento funcionando abaixo da totalidade, dentro de um cronograma preestabelecido de abertura e fechamento de comportas.
paraíba (Foto: Taiguara Rangel/G1)
No distrito de Barra de São Miguel, em Esperança, município com 32 mil habitantes também no Agreste e que também convive com o racionamento de água, uma família de seis pessoas subsiste da agricultura familiar. Segundo a dona de casa Patrícia Targino, em média a cada duas semanas é comprado um "pipa" para o abastecimento da cisterna. O carro de mil litros custa de R$ 150 a R$ 200 na cidade.
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Ficha - especial seca - Remígio (PB) (Foto: G1)
Como o aposentado de Remígio, o agricultor José Fernandes Targino, de 64 anos, explica que a água, seja de boa ou má qualidade, precisa ser suficiente para uso doméstico, para beber e para os animais – pouco mais de 10 vacas e bois, algumas galinhas e um cachorro.
"Dependendo do açude onde eles buscam a água, pode vir meio barrenta, mas é o jeito comprar pelo preço que oferecer, porque não tem ninguém ajudando a gente. Essa água é para tudo, toda a família e os bichos. Graças a Deus não aconteceu nada ainda, mas, se alguém adoecer por causa da água, a gente nem sabe o que fazer, porque precisa ir até Campina Grande receber atendimento", contou o agricultor.
O açude de Vaca Brava, que abastece ambas as cidades de Esperança e Remígio, está com apenas 8% do seu volume máximo. Por isso, segundo informou a assessoria de comunicação da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), as duas cidades passam por racionamento. Em Remígio, segundo a Cagepa, o abastecimento ocorre somente três dias por semana, e em Esperança, em quatro dias. Entretanto, a Defesa Civil do estado informou que ambas as cidades estão desabastecidas e apenas os carros-pipa atendem a população. Os moradores de Esperança são atendidos por quatro carros-pipa do Exército Brasileiro, enquanto os habitantes de Remígio contam com seis pipeiros.
Animais mortos vítimas da seca no sertão paraibano, na rodovia BR 230 (Foto: Diogo Almeida/G1)Animais mortos vítimas da seca no sertão paraibano, na rodovia BR 230 (Foto: Diogo Almeida/G1)
A Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba informou que desde 2012 todo o semiárido paraibano – Cariri, Curimataú e Sertão – além de parte do Agreste, sofre com a estiagem. Com chuvas irregulares este ano, apesar de próximo da média histórica registrada pelo órgão, não houve recarga suficiente dos açudes, e 28 dos 123 mananciais continuam em situação crítica (com menos de 5% da capacidade).
O ano de 2014 registrou leve melhora no índice de chuvas na região. "Em 2012 e 2013 foram chuvas abaixo da média histórica. Em 2014, a previsão em boa parte do estado é ficar bem próximo da média, mas a situação é tão deficitária que não chegou a recuperar [a recarga dos açudes]. Principalmente no Semiárido, apenas a região da Mata manteve a média. As chuvas irregulares são o principal problema", explica a meteorologista da Aesa, Carmen Becker.
Carros-pipa
O Governo da Paraíba suspendeu o programa com carros-pipa. Segundo o gerente executivo da Defesa Civil estadual, coronel Cícero Hermínio, o governo federal não mandou mais recursos, impedido contratações. "Em alguns municípios temos chuvas acima da média, mas, por incrível que pareça, não juntou água [nos açudes]. Os recursos hídricos de superfície estão muito aquém. Vai haver reunião dos governos do Nordeste para mostrar a situação atual e apresentar propostas estruturais. O Ministério da Integração ainda vai convocar [a reunião]. Vamos mostrar o quadro da Paraíba e levar nossas propostas", explicou o gerente.
No Nordeste, apenas os governos da Paraíba e do Piauí não contratam carros-pipa atualmente.
O Exército informou que usa 1.023 carros em 156 municípios paraibanos, dentro da Operação Carro-Pipa do governo federal. A Paraíba é o segundo estado mais atendido pelo programa no Nordeste, atrás apenas da Bahia (157 cidades).
O Ministério da Integração Nacional informou, por meio da assessoria de comunicação, que a operação "segue em pleno andamento na Paraíba e nos demais estados do semiárido", atendendo mais de 410 mil pessoas.
"Ressalta-se que a operação federal pode ser ampliada na Paraíba e nos demais estados do semiárido. Para isso, os municípios ainda não contemplados podem solicitar, em qualquer tempo, a sua inclusão à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional. Todos os pedidos são encaminhados para o Exército Brasileiro, responsável por avaliar as necessidades e cadastrar os municípios", conclui a nota.
Não houve comentário específico sobre a falta de repasses federais alegada pela Defesa Civil do estado.
Distribução 
A Prefeitura de Remígio informou que implantou um calendário de abastecimento d'água semanal na cidade. A distribuição é feita por meio de seis carros-pipa, e a quantidade de água para cada residência é discutida entre as lideranças comunitárias e moradores no momento da distribuição. O problema na zona rural ocorre desde janeiro de 2013 e na zona urbana começou em julho deste ano.
Segundo Antônio Júnior, o abastecimento na cidade está comprometido por causa do esvaziamento do reservatório de Vaca Brava. A barragem de Camará, em Alagoa Grande, atualmente em reconstrução, é apontada pela prefeitura como uma outra ação que deve melhorar o abastecimento d'água na cidade. O secretário de Comunicação e Eventos de Remígio, Antônio Júnior, explicou que, para atenuar o problema, a prefeitura tem investido na perfuração de dez poços na área urbana em parceria com o governo do Estado, e para a zona rural o poder público já construiu, desde 2013, cerca de 200 pequenos açudes e barreiros para captar as águas da chuva.
Ficha - especial seca - Esperança (PB) (Foto: G1)
Já em Esperança, o secretário municipal de Agricultura, José Adeilton, afirmou que há mais de três meses a prefeitura da cidade vem custeando cinco carros-pipa por semana para garantir água à população, estimada em 30 mil habitantes. Na área urbana, os três chafarizes são abastecidos com a água dos carros-pipa, e na zona rural as cisternas são reabastecidas pela prefeitura. A ajuda vinda do Exército, segundo ele, foi reduzida de cinco para três carros-pipa devido ao racionamento na barragem de Boqueirão.
A Prefeitura de Esperança adquiriu máquinário para a limpeza dos 12 barreiros que podem receber água das chuvas no futuro. Dependente do reservatório de Vaca Braca, a cidade de Esperança também deve ser beneficiada com a inauguração da barragem de Camará, localizada em Alagoa Grande.
Prejuízo para a agricultura
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Paraíba (FAEPA-PB), Mário Borba, não há estimativa do prejuízo causado pela seca. Ele ressaltou que "a safra de grãos já é insignificante e se tornou ainda pior nos últimos anos". "Em termos de valores não tenho números, mas já estamos trabalhando no vermelho desde 2012 porque a produção de grãos da Paraíba é apenas familiar e de subsistência", diz.
São 15 municípios com abastecimento de água em colapso, 13 estão em alerta, com sistemas de abastecimento a menos de 20% da capacidade e ainda há 19 cidades também enfrentando racionamento.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Anac libera uso de celulares e tablets durante todo o voo, em 'modo avião'

Empresas aéreas terão que pedir autorização à Anac para liberar uso.
Equipamentos poderão permanecer ligados no pouso e na decolagem.

Do G1, em São Paulo
 A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai permitir que as empresas aéreas liberem o uso, pelos passageiros, de equipamentos eletrônicos portáteis a bordo em todas as fases do voo. Hoje, os equipamentos devem ser desligados durante a decolagem e o pouso dos aviões. A resolução foi publicada nesta quinta-feira (30) no Diário Oficial.
A medida vale para celulares, tablets, câmeras fotográficas, entre outros – que devem, no entanto, permanecer em "modo avião", ou seja, com o modo de transmissão desligado (impedido de realizar ligações e acessar a internet).

A permissão não é imediata para todos os voos, no entanto. As empresas aéreas precisam obter autorização da Anac para liberar o uso dos equipamentos e, para isso, precisam assegurar que o uso dos mesmos em todas as fases do voo não causa interferências nos sistemas de comunicação e navegação de suas aeronaves.
A resolução também permite que os celulares possam ser usados em modo ativado após o pouso, enquanto o avião faz o taxiamento até o portão de desembarque. Pelas regras atuais, esses equipamentos devem permanecer desligados até o desembarque do passageiro.
Gol
Em nota, a Gol diz que já pediu autorização para ampliar o uso de equipamentos eletrônicos pelos passageiros durante o voo. Segundo a empresa, os dispositivos não apresentam risco ao sistema de comunicação e de navegação de suas aeronaves, desde que utilizados de forma adequada.
"A proposta defende que aparelhos que permitem desabilitar suas funções de transmissão, como telefones celulares, laptops e tablets, tornam-se livres de interferência. Com operações igualmente seguras, podem ser utilizados no modo avião, com o Bluetooth e Wi-fi desabilitados durante todo o voo", diz a companhia em nota.

Morrem outras duas vítimas de acidente com ônibus de estudantes

Leonardo Lucas dos Santos estava internado no HB em Bauru, SP.
Também foi confirmada a morte da fotógrafa Larissa Souza Bottacini.

Do G1 Bauru e Marília
O estudante Leonardo Lucas dos Santos e a fotógrafa Larissa Souza Bottacini também estavam no ônibus que se envolveu em acidente em Ibitinga (Foto: Reprodução/Facebook)O estudante Leonardo Lucas dos Santos e a fotógrafa Larissa Souza Bottacini também estavam no ônibus que se envolveu no acidente em Ibitinga (Foto: Reprodução/Facebook)
A Polícia Civil de Bauru (SP) confirmou na madrugada desta quinta-feira (29) mais duas mortes em decorrência do acidente entre uma carreta e um ônibus de estudantes em Ibitinga (SP). Com isso, sobe para 13 o número de mortos na tragédia.
As duas vítimas estavam internadas desde terça-feira (28) na UTI do Hospital de Base de Bauru. Uma delas é o estudante Leonardo Lucas dos Santos, que tinha 17 anos. O jovem era dos 43 passageiros do ônibus que se envolveu no acidente na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304), em Ibitinga, na noite de segunda-feira (27). O impacto foi tão forte que a lateral do ônibus foi arrancada e os passageiros foram lançados para fora.
O estudante havia sido transferido da Santa Casa de Ibitinga para Bauru por conta da gravidade dos ferimentos. Leonardo viajava com mãe, a professora Margareth Aparecida Lucas dos Santos, que morreu no local do acidente, e com a irmã Carolina, de 14 anos, que ficou ferida. Na terça-feira, ela falou sobre o acidente. “Eu estava dormindo. Quando vi, o ônibus já estava cortado ao meio e os estudantes do outro lado”, contou.
A outra morte confirmada é da fotógrafa Larissa Souza Bottacini, de 24 anos, que acompanhava a excursão para São Paulo. Ela também estava internada na Santa Casa de Ibitinga, mas precisou ser transferida para o Hospital de Base. Além de Leonardo e Larissa, outras 11 pessoas morreram no local do acidente.
O velório dos dois está previsto para começar às 11 horas no Velório Municipal de Borborema. O enterro será no final da tarde, entre 16 e 17 horas, no Cemitério Municipal, onde também foram enterrados os corpos de dez das 11 vítimas que morreram no local do acidente.
Vítimas tragédia em Borborema  (Foto: Editoria de arte/ G1 )
Sepultamento
Dez vítimas foram enterradas nesta quarta-feira (29), em uma cerimônia coletiva que atraiu centenas de pessoas – a professora Roseneide Aparecida Casetta Montera foi enterrada na noite de terça (28), em Itápolis (SP), onde a família mora. Para dar conta de tantos sepultamentos, a prefeitura precisou acionar servidores de outras áreas. Pelo menos quatro funcionários foram chamados.
Como o número de jazigos também não era suficiente, quatro covas tiveram que ser abertas às pressas para acomodar as vítimas da maior tragédia da história da cidade.
O agente funerário Dirceu da Silva trabalha no ramo há 16 anos e conta que a média de sepultamentos na cidade é de, no máximo, 15 por mês. "É um choque muito grande organizar tantos funerais ao mesmo tempo, nunca vi nada parecido. Enterramos hoje quase o mesmo número de pessoas do mês todo. Fomos tirados da rotina por uma tragédia imensa", lamenta.
O servidor Persival Pires, que nunca trabalhou em um sepultamento, foi um dos funcionários chamados em caráter de urgência para ajudar a preparar as várias massas de concreto usadas no enterro, mesmo sem experiência. "A gente veio para ajudar porque isso não é nem de longe a rotina da cidade. É uma comoção imensa porque a gente conhece todo mundo", afirma.
Por conta da lotação repentina do cemitério municipal, a prefeitura já estuda a ampliação do local.
Tristeza e comoção
Um clima de profunda tristeza e consternação marcou o enterro das vítimas. Os corpos foram levados de dois em dois para o cemitério de Borborema, em um cortejo acompanhado por centenas de pessoas. O sepultamento das professoras Margarete Aparecida Lucas dos Santos, de 44 anos, e Márcia Martins de Carvalho Biassoto, de 39, abriu a cerimônia, sob oração e muitos aplausos.
Amigos prestam homenagens ás vítimas (Foto: Alan Schneider/G1)Amigos prestam homenagens às vítimas
(Foto: Alan Schneider/G1)
Antonio Félix, morador da cidade e parente de uma das vítimas, era o responsável por puxar o coro com canções que falam sobre amizade. "As músicas são para tentar diminuir a dor. É o mínimo que a gente pode fazer no meio de tanto sofrimento de ver tantas pessoas conhecidas que perderam suas vidas", diz o morador.
Assim como Félix, as famílias que acompanhavam o sepultamento dos parentes fizeram questão de seguir o cortejo para enterrar as outras vítimas.
"É inexplicável. Toda a técnica some numa hora dessas. O que a gente pode fazer é apoiar. Essa sem dúvida é a maior tragédia da cidade, nunca esperei ver algo parecido por aqui", diz o bombeiro Marcos Paula, que tentava consolar as vítimas.
Borborema tem cerca de 15 mil habitantes. Por conta do acidente, a prefeitura decretou luto oficial de três dias. "É uma cidade pequena onde conhecemos todo mundo. Nunca pensei que pudesse atuar como bombeiros para eles", afirma.
Várias pessoas passaram mal durante o velório e o sepultamento, e precisaram ser atendidas por equipes dos bombeiros.
O último a ser enterrado foi o estudante José Vinicius Anzolin, de 15 anos. Uma foto publicada por ele no seu perfil em uma rede social chamou a atenção dos amigos e familiares. A publicação foi feita no domingo (26), um dia antes dele morrer no trágico acidente. "Esta vida é uma viagem. Pena eu estar só de passagem", diz a frase.
'Meu anjo'
O ônibus com os estudantes e professores voltava de uma excursão em São Paulo quando se envolveu no acidente com uma carreta na altura do quilômetro 370 da Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304).
Maysa Rosa chora no velório do namorado em Borborema (Foto: Ana Carolina Levorato/G1)Maysa Rosa chora no velório do namorado em
Borborema (Foto: Ana Carolina Levorato/G1)
A estudante Maysa Rosa, de 18 anos, perdeu o namorado Thayro Matheus da Silva Polimeno, de 17.
Ela conta que o jovem estava feliz com o passeio. "Ele estava muito animado. Todas as fotos que eu vi eram de alegria, e é isso que eu vou levar dele. Ele era meu anjo, não quero tirar a minha aliança por nada", diz a jovem, às lágrimas, diante do caixão com o corpo do namorado.
Investigação
O boletim de ocorrência do acidente foi registrado na Polícia Civil de Ibitingae o delegado Carlos Alberto Ocon de Oliveira deverá conduzir o inquérito. De acordo com o investigador que acompanha o caso, todos os sobreviventes devem ser ouvidos nos próximos dias, assim como os policiais rodoviários que atenderam a ocorrência.
Ainda não há informações sobre qual motorista teria invadido a pista contrária, mas testemunhas já disseram à polícia que teria sido o condutor do caminhão. As causas ainda serão investigadas.
A perícia técnica já esteve no local do acidente e o laudo criminalístico está sendo elaborado pelo Instituto de Criminalística de Araraquara.
Segundo informações do órgão, o prazo é de 30 dias para a apresentação do laudo, mas pode ser prorrogado devido à complexidade do acidente.
Além do ônibus atingido pela carreta, onde estavam 43 passageiros e o motorista, outros dois veículos também levavam estudantes e professores e chegaram em Borborema por volta das 23 horas. O grupo que participou da excursão era formado por 110 pessoas.
O acidente
Segundo informações da polícia, o ônibus seguia na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304) quando foi atingido por uma carreta que seguia no sentido contrário. O impacto foi tão forte que o ônibus teve a lateral arrancada. Os passageiros foram arremessados na rodovia e morreram na hora. Após a batida, a carreta, que transportava óleo vegetal, pegou fogo, que foi controlado duas horas depois pelas equipes do Corpo de Bombeiros.
Acidente em Ibitinga (Foto: Editoria de Arte/G1)
A empresa de ônibus envolvida no acidente, a Jabotur, informou que o motorista está muito abalado e não vai se pronunciar. A Jabotur disse também que enviou uma equipe técnica para abrir uma sindicância para apurar o acidente.
Excursão
Os estudantes e professores da Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto saíram de Borborema na manhã de segunda-feira (27) para participar de uma excursão, onde conheceram pontos turísticos de São Paulo.
Segundo informações da prefeitura, três ônibus com cerca de 110 pessoas foram até a capital. Os outros dois ônibus da excursão chegaram ao destino por volta das 23h de segunda. Como o terceiro ônibus estava demorando para chegar, uma das professoras da escola voltou pela estrada e descobriu o que tinha acontecido.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo lamentou a tragédia. Confira a íntegra:
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo lamenta profundamente o grave acidente registrado na noite desta segunda-feira (27), que vitimou estudantes e funcionários da Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto, de Borborema, quando voltavam de uma excursão à Sala São Paulo, na capital do Estado. O veículo que transportava os passageiros pertence a uma empresa contratada pela Diretoria Regional de Ensino de Taquaritinga. Estão confirmadas as mortes de 11 pessoas (sete alunos, três professoras e uma mãe de aluno). Outros 24 feridos no acidente foram encaminhados às Santas Casas de Borborema e de Ibitinga, e representantes da Secretaria na região foram destacados para acompanhar os atendimentos. A Polícia Militar e o serviço de atendimento de emergência estiveram no local durante toda a noite realizando o resgate. O secretário da Educação do Estado, Herman Voorwald, já se deslocou da capital para a cidade.
A Prefeitura de Borborema decretou luto oficial de três dias. Mas a escola onde os alunos envolvidos estudam só retorna às aulas na próxima segunda-feira (3).
No local do acidente, o trânsito ainda é intenso na manhã desta terça-feira  (Foto: Alan Schneider/ G1)Tráfego foi feito no sistema Pare e Siga durante toda a manhã (Foto: Alan Schneider/ G1)

Caminhão pegou fogo (Foto: Divulgção / Portal Ternura FM)Caminhão pegou fogo (Foto: Divulgação / Portal Ternura FM)
Lateral do ônibus foi arrancada em colisão (Foto: Divulgção / Portal Ternura FM)Lateral do ônibus foi arrancada em colisão (Foto: Divulgção / Portal Ternura FM)