quinta-feira, 18 de abril de 2013

Mãe de bebê atropelado ia pagar salgadinhos do batizado


Jéssica, mãe do bebê atropelado em Padre Miguel
Jéssica, mãe do bebê atropelado em Padre Miguel Foto: Ralff Santos / Extra

Wilson Mendes

Jessica Roberta Agostinho, de 22 anos, mãe do bebê de 3 meses atropelado na tarde desta quarta-feira, em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio, ia pagar pelos salgadinhos do batizado da criança, marcado para domingo. Antes de atravessar o cruzamento entre as ruas Figueiredo Camargo e General Gomes de Castro, um carro desgovernado matou a pequena Kawany Victoria Agostinho. O carrinho onde ela era carregada ficou prensado entre o veículo e um poste.
- A gente estava indo comprar salgadinhos para o batizado. Foi tudo muito rápido. Estávamos em cima da calçada e o carro veio - disse a mãe do bebê.

Carrinho onde estava menina morta após atropelamento ficou prensado entre o veículo e um poste
Carrinho onde estava menina morta após atropelamento ficou prensado entre o veículo e um poste Foto: Wilson Mendes / Extra
Além da mãe e da madrinha da criança, a atendente Karen Kmiciak, de 21 anos, a pequena Kamile, de 1 ano e 6 meses, também estava na faixa de pedestre, local do acidente. Elas tiveram tempo, apenas, de empurrar Kamile no momento do acidente. Mas não conseguiram puxar o carrinho.
- A gente estava na faixa de pedestre, esperando o sinal para atravessar. O carro veio em alta velocidade e perdeu a direção, levando o carrinho. Espero que seja feita justiça, porque a criança não teve direito de ter uma vida - contou Karen.

Kawny Victoria seria batizada no próximo sábado
Kawny Victoria seria batizada no próximo sábado Foto: Luiz Ackermann / Extra
Após descer do veículo, o motorista Jorge Luiz da Silva, de 57 anos, foi espancado e pisoteado pelas pessoas que estavam no local do acidente. Testemunhas contam que ele estava com um forte cheiro de álcool.
- Ele estava bêbado. É uma pena que o país não tenha leis mais duras para casos assim - lamentou a dona de casa Sheila de Alcântara, de 50 anos, amiga da família.

Investigação aponta excesso de velocidade
Segundo os técnicos da Polícia Civil que periciaram a cena do acidente, através das marcas deixadas pelo carro e pelo estrago tanto do carro quanto do poste de aço, é possível afirmar que o veículo trafegava em alta velocidade. Muito acima da máxima permitida no local.

Madrinha e tias do bebê que morreu atropelado em Padre Miguel
Madrinha e tias do bebê que morreu atropelado em Padre Miguel Foto: Luiz Ackermann / Extra
De acordo com o delegado Raphael Stambowsky, ainda não é possível afirmar se o motorista estava ou não alcoolizado.
- Ele não tinha condições de fazer um exame no local ou de ser levado para o IML para que a embriaguez fosse atestada por um perito. No hospital onde foi socorrido foi retirada amostra de sangue, que foi juntada ao inquérito. Ela poderá ser analisada para responder a esse questionamento. Qualquer procedimento invasivo, com coleta de material, precisa de autorização da pessoa - explicou o delegado-adjunto da 34ª DP (Bangu).

Motorista foi pisoteado por testemunhas

O motorista Jorge Luiz da Silva, durante transferência para o Hospital Getúlio Vargas
O motorista Jorge Luiz da Silva, durante transferência para o Hospital Getúlio Vargas Foto: Ralff Santos / Extra
O encarregado de estacionamento Samuel Lourenço Júnior, de 31 anos, ajudou a retirar o motorista do local. Segundo ele, havia apenas dois policiais lá. Um deles, inclusive, teria usado spray de pimenta para tentar afastar os agressores, mas não teve sucesso.
A direção do Hospital Estadual Albert Schweitzer informou que Jorge Luiz da Silva passou por exames que constataram traumatismo crânio encefálico e está sendo transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas.


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