
A notícia surpreendeu toda a família e causou uma crise de identidade em Denise. “Para todos nós foi uma surpresa muito grande. De início você não acredita, não aceita. Só via isso na televisão. De repente você olha para sua mãe, irmão, sobrinho e vê que é um estranho que está ali, que caiu ali por acaso”, desabafa Denise.

(Foto: Arquivo Pessoal /Denise Correa)
Com isso, ela resolveu entrar com uma ação judicial contra o hospital. “Nunca achei que eu era parecida com a minha mãe. Acreditava que eu poderia ter puxado a família do meu pai. Por isso insisti em me aproximar dele. Aí descubro tudo isso. Foi uma queda muito grande. Mexeu com a minha cabeça e dos meus filhos. Hoje eu preferia nunca ter descoberto isso. Afinal, quem sou eu? O hospital tem a obrigação de me dar uma resposta”, comenta.
A mãe de Denise, Dalila Correa, também é vítima nesta história. Ela se uniu à filha na luta para descobrir a verdade. “Você só vê isso na televisão. Carrega uma criança nove meses e na hora de sair da maternidade você sai com outro bebê. Depois de 31 anos minha vontade é encontrar minha filha. Será que a minha filha está aqui perto e eu não sei? Vejo na cidade pessoas parecidas comigo e fico pensando: será que é? Não tem dinheiro que pague, mas eles têm que arcar com esse erro”, reclama Dalila.
Agora mãe e filha procuram a verdade. Uma em busca dos pais e outra em busca da filha biológica. “Eu tenho o direito de saber. Preciso conhecer os meus pais. Me olho no espelho e fico me perguntando de quem eu puxei os traços. Parece história de novela. Nunca imaginei que isso aconteceria na minha família”, lamenta Denise.
Em nota, a prefeitura de Juquiá afirma que antes do ano 2000 os arquivos do Hospital Santo Antônio não eram digitalizados. Além disso, a prefeitura garante que, no momento, funcionários do Departamento Municipal de Saúde estão fazendo a busca por esses documentos de maneira manual. Por enquanto nada foi encontrado.

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