O mais recente projeto de combate aos efeitos da seca na Paraíba é a
construção de um sistema com abastecimento de baixo custo para dez
comunidades rurais, assentamentos e quilombolas onde até então havia
pouco ou nenhum acesso à água, já beneficiando cerca de 200 famílias. As
novas iniciativas, conciliadas a projetos inovadores desenvolvidos por
pesquisadores do próprio estado, tentam diminuir a dependência da
população rural de açudes, poços artesianos e carros-pipa.
Segundo a gerência de execução de obras da Secretaria de Infraestrutura
estadual, o projeto em fase de conclusão já está em funcionamento em
todas as localidades e deverá ser ampliado para 44 municípios,
financiado pelo Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza do Estado da
Paraíba (Funcep-PB) com verba orçada em R$ 1,8 milhão.
Cerca de 20 famílias moram em cada comunidade já beneficiada, nas áreas rurais do Jacaré, em Alagoinha; Panelas, em Alcantil; Murici, em Piancó; Santa Mônica, em Pombal; assentamento Santo André, em Paulista; Amarelo, em São Miguel de Taipu; Passagem Rasa, em Sumé; São Gonçalo, em Santa Luzia; Pitombeira, no município de Várzea; e comunidade Pombos, em Tacima.
Os moradores do assentamento nunca viram água potável sair da torneira. Nos últimos três meses, técnicos da Secretaria de Infraestrutura estiveram implantando o projeto de abastecimento simples na região, levando água encanada para todas as 16 famílias da comunidade.
“O sistema de abastecimento de água simples funciona com um poço artesiano e um reservatório de água elevado ou apoiado, distribuído nas casas através de uma ligação domiciliar que deixa a ligação na ponta da casa. Perfuramos ou recuperamos um poço abandonado, é feita essa caixa d'água, levado líquido em uma adutora e depois distribuído às casas. Cada comunidade foi avaliada, são assentamentos carentes na zona rural e quilombolas”, explicou o gerente de execução de obras, Francisco Tadeu.
As famílias da comunidade Uruçu, em São João do Cariri, não tinham acesso à água potável. Sobreviviam do que era coletado por meio de cisternas ou do abastecimento por carros-pipa. Um projeto inovador aproveita os rejeitos de água retirada de poços, considerada salobra e imprópria para o consumo, para realizar o cultivo de algas, alface, tomate e criação de peixe.
Após ter acesso, pela primeira vez, à água potável com a instalação de um dessalinizador, a comunidade se dedica à hidroponia – sistema de cultivo dentro de estufas no qual o solo é substituído por uma solução de água com nutrientes – numa produção que atinge mensalmente seis mil pés de alface e cerca de 230 kg de tomate. As famílias têm ainda outra alternativa de renda com a comercialização de tilápias, cuja produção atual chega a cinco mil peixes, e de spirulina, uma microalga de uso farmacêutico e em suplementos alimentares.
“Essa tecnologia de gestão ambiental, econômica e social pode chegar a outras localidades. Só no semi-árido nordestino são mais de três mil dessalinizadores instalados, cujo concentrado não é aproveitado, sendo devolvido ao solo, prejudicando o meio ambiente. Temos mais de 1,5 mil projetos de dessalinizadores no Nordeste e precisamos de incentivo para instalarmos”, disse o pesquisador Kepler França, coordenador do Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes) .
Além do sistema de abastecimento simples, as soluções mais recentes para o combate à estiagem na Paraíba, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura do estado, foram a recuperação de 133 poços artesianos desde outubro do ano passado, somados a outros 353 que ainda passarão por reformas na Paraíba. Atualmente 170 municípios estão sendo atendidos com abastecimento de carros-pipa por decreto de situação emergencial.
Cerca de 20 famílias moram em cada comunidade já beneficiada, nas áreas rurais do Jacaré, em Alagoinha; Panelas, em Alcantil; Murici, em Piancó; Santa Mônica, em Pombal; assentamento Santo André, em Paulista; Amarelo, em São Miguel de Taipu; Passagem Rasa, em Sumé; São Gonçalo, em Santa Luzia; Pitombeira, no município de Várzea; e comunidade Pombos, em Tacima.
Água chegou à torneira do agricultor Marcos
Antônio, em Sumé (Foto: Taiguara Rangel/G1)
“Eu moro aqui há oito anos. A gente nunca teve água, só tinha que ir
buscar no poço usando baldes, indo de jumento ou boi de carga mesmo.
Essa semana os técnicos terminaram o trabalho aqui e virou uma
maravilha. A água chega bem direitinho na torneira. É uma coisa
fantástica”, contou ao G1 o agricultor Marcos Antônio Rodrigues, da associação São Miguel Arcanjo, na comunidade Passagem Rasa, zona rural de Sumé.Antônio, em Sumé (Foto: Taiguara Rangel/G1)
Os moradores do assentamento nunca viram água potável sair da torneira. Nos últimos três meses, técnicos da Secretaria de Infraestrutura estiveram implantando o projeto de abastecimento simples na região, levando água encanada para todas as 16 famílias da comunidade.
“O sistema de abastecimento de água simples funciona com um poço artesiano e um reservatório de água elevado ou apoiado, distribuído nas casas através de uma ligação domiciliar que deixa a ligação na ponta da casa. Perfuramos ou recuperamos um poço abandonado, é feita essa caixa d'água, levado líquido em uma adutora e depois distribuído às casas. Cada comunidade foi avaliada, são assentamentos carentes na zona rural e quilombolas”, explicou o gerente de execução de obras, Francisco Tadeu.
As famílias da comunidade Uruçu, em São João do Cariri, não tinham acesso à água potável. Sobreviviam do que era coletado por meio de cisternas ou do abastecimento por carros-pipa. Um projeto inovador aproveita os rejeitos de água retirada de poços, considerada salobra e imprópria para o consumo, para realizar o cultivo de algas, alface, tomate e criação de peixe.
Projeto de dessalinização auxilia cultivo em São João
do Cariri (Foto: Divulgação/UFCG)
A comunidade dispõe ainda de cinco mil litros de água subterrânea
dessalinizada por mês. Os produtos finais destas atividades na
comunidade Uruçu podem ser consumidos pelos moradores e ainda geram
renda com a comercialização. A iniciativa foi desenvolvida através de
pesquisa do laboratório de Engenharia Química da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG).do Cariri (Foto: Divulgação/UFCG)
Após ter acesso, pela primeira vez, à água potável com a instalação de um dessalinizador, a comunidade se dedica à hidroponia – sistema de cultivo dentro de estufas no qual o solo é substituído por uma solução de água com nutrientes – numa produção que atinge mensalmente seis mil pés de alface e cerca de 230 kg de tomate. As famílias têm ainda outra alternativa de renda com a comercialização de tilápias, cuja produção atual chega a cinco mil peixes, e de spirulina, uma microalga de uso farmacêutico e em suplementos alimentares.
“Essa tecnologia de gestão ambiental, econômica e social pode chegar a outras localidades. Só no semi-árido nordestino são mais de três mil dessalinizadores instalados, cujo concentrado não é aproveitado, sendo devolvido ao solo, prejudicando o meio ambiente. Temos mais de 1,5 mil projetos de dessalinizadores no Nordeste e precisamos de incentivo para instalarmos”, disse o pesquisador Kepler França, coordenador do Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes) .
Além do sistema de abastecimento simples, as soluções mais recentes para o combate à estiagem na Paraíba, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura do estado, foram a recuperação de 133 poços artesianos desde outubro do ano passado, somados a outros 353 que ainda passarão por reformas na Paraíba. Atualmente 170 municípios estão sendo atendidos com abastecimento de carros-pipa por decreto de situação emergencial.
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