
A comerciante Maria do Socorro, de 62 anos, é dona de um bar há 12 anos. Com a força da água, o estabelecimento desmoronou. "Uma parte minha morreu com tudo que foi destruído. Eu não tenho mais nada. A água levou minhas roupas, documentos e até dinheiro. Essa roupa que estou usando é doada. Eu espero que a Cedae resolva isso o mais rápido possível. Todos nós merecemos nossas vidas de volta", disse.

"Na hora da água, eu e meu marido achamos que era uma forte tempestade. Só depois que percebemos que a adutora havia se rompido. A sorte é que as minhas filhas estão de férias na casa dos avós.", completou.
Morador da região há 7 anos, o funcionário público Francisco Carlos, de 46 anos, disse que perdeu a maioria dos móveis. Com a ajuda do amigo José, ele tenta retirar a lama que invadiu a sua casa. "Foi chocante. Um tsunami. Agora temos que começar tudo do zero. Nunca esperava viver isso. Dói nosso coração, disse o funcionário público que mora com a esposa e a filha de 25 anos.
Enterro de menina
O corpo da menina Isabella Severo dos Santos, de 3 anos, que morreu após o rompimento da adutora será enterrado nesta quarta (31) às 10h no Cemitério de Campo Grande.
Fernando dos Santos, pai da criança, ficou sabendo do ocorrido pela TV. "Eu vi o que tinha acontecido pela televisão. Quando eu e meu irmão fomos ver, soubemos que ela [Isabela] tinha ficado presa. Eles [bombeiros] tentaram reanimá-la o tempo todo, mas ela não aguentou. Minha filha ia fazer 4 anos no dia 17 de agosto. Ela era uma criança maravilhosa", disse o auxiliar de farmácia.
"A mãe dela contou que encheu tudo. Os vizinhos ajudaram e tentaram passar pelo muro, mas ele caiu", completou Fernando. (Veja ao lado o vídeo que mostra como ficou a casa de Isabela).
O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, também lamentou a morte de Isabela. "Eu lamento profundamente o óbito da criança. Nós tentamos reanimá-la a todo o momento, durante o trajeto até o hospital. Ainda estamos vendo a dimensão do estrago", disse o coronel Sergio Simões, dos Bombeiros.
Diversas residências foram alagadas, com a água chegando a 2 metros de altura em alguns pontos, de acordo com moradores. Muitas pessoas ficaram ilhadas. Segundo o secretário de Defesa Civil do município, Márcio Motta, pelo menos três quarteirões foram isolados.
Ao todo, segundo a Defesa Civil municipal, a inundação deixou 70 desalojados e 72 desabrigados. Dezessete casas desabaram. As famílias estão sendo levadas para o HotelOn, com custos pagos pela Cedae. Dois inquéritos foram abertos para investigar o rompimento.


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