quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pai libera corpo de jovem morta após ataque de tubarão no Recife

Do G1 PE
Valdir Gobbi, pai de Bruna, jovem morta após ataque de tubarão no Recife (Foto: Katherine Coutinho / G1)Valdir Gobbi, pai de Bruna, precisou ser amparado depois
de ver o corpo da filha (Foto: Katherine Coutinho / G1)
O Instituto de Medicina Legal (IML) liberou, na manhã desta quarta-feira (24), o corpo da estudante paulistana Bruna Gobbi, 18 anos, morta após um ataque de tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na segunda (22).
O pai da jovem, Valdir Gobbi, que foi ao local para a liberação, ficou muito abalado. "Me desculpe, mas eu não estou conseguindo falar. Não tenho mais palavras, nem forças", disse, antes de ver o corpo da filha.
O corpo deve deixar o Recife entre 10h30 e 11h, seguindo para Escada, na Zona da Mata Sul pernambucana, onde será velado. O enterro de Bruna Goggi está previsto para às 14h, no Cemitério São Luís, no município, onde mora parte da família da vítima..
O laudo divulgado na tarde de terça-feira (23) pelo Hospital da Restauração (HR), onde Bruna faleceu, informa que a paciente chegou à unidade, por volta das 15h da segunda, com uma mordida de tubarão na perna esquerda e em choque hipovolêmico, caracterizado pela perda de grande volume de sangue. A jovem já havia tido duas paradas cardiorrespiratórias antes da admissão no HR, sendo uma na UPA da Imbiribeira, para onde ela foi levada primeiro, e outra na ambulância. A terceira aconteceu no hospital.
Bruna Gobbi, vítima de ataque de tubarão no Recife (Foto: Bruna Gobbi / Arquivo pessoal)Bruna Gobbi, vítima de ataque de tubarão
(Foto: Bruna Gobbi / Arquivo pessoal)
Bruna teve a perna amputada acima da coxa esquerda e foi mantida na UTI respirando com ajuda de aparelhos e tomando drogas vasoativas, além de outros medicamentos para controle do choque hipovolêmico. Ela evoluiu para uma parada cardiorrespiratória irreversível e morreu por volta das 23h30, sendo encaminhada para o IML na mesma noite.
Na terça, o comerciante Davi Leonardo Alves, tio de Bruna que mora em Olinda, foi ao IML e disse à imprensa que a família vai processar o governo estadual, usando o argumento que o Corpo de Bombeiros alertou apenas sobre a corrente marítima e não sobre o risco de ataque de tubarão. A corporação negou a denúncia, afirmando que informou sobre ambos os perigos três vezes, e falou que não pode prender nem tirar ninguém da água à força.
Os bombeiros informaram que no socorro foi utilizado o "sharkshield" para afastar os tubarões. O equipamento emite ondas eletromagnéticas de 20 a 30 metros de distância e o barulho incomoda o bicho, fazendo com que se afaste. Eles também explicaram que o trânsito intenso na hora do resgate fez com que a vítima fosse levada, em um carro da Polícia Militar, primeiramente para UPA da Imbiribeira, a fim de que os médicos de lá pudessem estabilizá-la. Ao mesmo tempo, uma ambulância já tinha sido acionada para levá-la ao HR, a principal emergência da cidade.

Bruna foi a primeira mulher a morrer após ser mordida por um tubarão no estado, desde que os ataques começaram a ser contabilizados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).

A estudante visitava Pernambuco, onde passava férias com a família. Ela chegou no dia 18 ao estado, com mãe e uma tia-avó, e já tinha ido ao interior. Elas voltariam para a capital paulista nesta quarta (24). Bruna estava na praia de Boa Viagem com a mãe, a tia-avó, primos que moram em Olinda e uma prima, Daniele Souza Gobbi, que estava no mar com ela, mas não foi atacada. Daniele disse que sabia dos riscos de ataque, mas acreditava que pudesse acontecer apenas no fundo do mar.

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