Após pressão inflacionária sobre os alimentos
no primeiro semestre, o 'feijão com arroz' está mais barato para o
consumidor paraibano. Isto porque as chuvas regulares, que desde abril
irrigam a produção dos alimentos no Agreste e Litoral do Estado, começam
a dar resultados no preço dos produtos.
No Mercado Central, o preço do quilo do feijão-macáçar vermelho caiu
80% - saindo dos R$ 9,00 cobrados em junho, para os atuais R$ 5,00.
As chuvas regulares no Brejo e no Litoral também já trouxeram queda
no feijão verde tanto no varejo como no atacado. O assessor técnico da
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba
(Fetag-PB) Ivanildo Pereira Dantas revelou que o preço do quilo do
feijão verde já caiu nas feiras de João Pessoa quase 50%. “O quilo do
feijão que chegou a ser vendido a R$ 12,00 na véspera do São João, agora
já cai pela metade e a tendência das próximas três semanas é de novas
quedas. O milho também passará por queda de preço nas próximas semanas
na Grande João Pessoa. Como a procura alcança pico em junho com as
festas juninas, o milho deverá elevar a oferta e cair de preço com a
chegada da safra do Brejo e do Litoral”.
Na Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa), o
feijão verde no atacado está mais em conta. “Este produto foi um dos
mais afetados pelas intempéries climáticas neste ano e o molho de vargem
chegou a custar mais de R$ 2,00 – preço de atacado. Agora, com a
tendência de baixa, a mesma quantidade está valendo aproximadamente R$
1. Na feira, o quilo deve estar em torno de R$ 7,00”, informou o técnico
do Serviço de Informação de Mercados Agrícolas (Sima), Gilmaudo
Jacinto.
O preço do 'carioquinha' também caiu de R$ 7,00 para R$ 5,00, no
feijão-preto (de R$ 5,00 para R$ 4,50). Com valores mais baixos,
consumidores e feirantes comemoram. “A riqueza do mundo não é o
dinheiro, é a chuva”, brincou o comerciante Antônio Avelino. Segundo
ele, os clientes estão mais satisfeitos em comprar na feira. “Eles agora
compram mais barato e uma mercadoria de maior qualidade, escovada,
peneirada e pronta para lavar e ir pra o forno”, comentou.
O comerciante Josiberto da Silva, que trabalha no Mercado Central,
acrescentou que não foi só o feijão que caiu de preço em João Pessoa. O
arroz também está um pouco mais barato nos tabuleiros, com descontos
menores sobre o mês passado, mas que podem fazer a diferença no final do
mês. “Baixou mais ou menos R$ 0,20 no caso do arroz olivo e o arroz
comum. Só o arroz da terra subiu de preço, de R$ 4,00 para R$ 5,00. O
cliente que tem que comprar de qualquer jeito, porque é alimento,
reclama bem menos, quando vem à feira e encontra preços melhores”,
disse.
O aposentado Valdélio Farias concordou. “Compro essas coisas em
supermercado por uma questão de comodidade, mas quando venho ao Mercado
Central vejo que aqui os preços são melhores e o produto também”,
afirmou.
Para a vendedora Maria Aparecida Duarte, é justamente o atrativo do
sabor que motiva o cliente a preferir os produtos do mercado. “O
pessoense sabe que o feijão e o arroz são mais selecionados. Quando os
preços estavam mais altos, você achava mais barato no supermercado, mas
não eram de boa qualidade como temos aqui. Com preço melhor agora,
venderemos muito mais”, concluiu.
REGIÕES EVITAM PERDAS DE GRÃOS
Apesar da seca que ainda assola as regiões do Sertão , do Cariri e
do Seridó paraibano, as chuvas regulares nas regiões do Brejo, Litoral e
Agreste deverão evitar a perda de mais uma safra de grãos este ano. A
produção destas áreas, banhadas pelas chuvas que começaram em abril,
conseguiu dar um fôlego aos prejuízos fortes causados pela estiagem com
a qual os produtores locais convivem nos últimos dois anos. De acordo
com o supervisor de agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) José Rinaldo de Souza, nas regiões, a próxima
colheita (em agosto) deverá chegar a 75 mil toneladas de grãos – um
número bem superior às 10,8 mil toneladas no ano passado. As culturas
do feijão, milho e cana-de-açúcar se destacam ainda este ano.
materia do jornal da paraiba
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