quinta-feira, 25 de julho de 2013

Homem que foi a enterro da vítima de ataque de tubarão não é bombeiro

Do G1 PE
Tio da vítima é cumprimentado por bombeiro que participou do resgate (Foto: Katherine Coutinho / G1)Tio da vítima (E) é cumprimentado pelo falso bombeiro (D)
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
O homem que se apresentou na quarta-feira (24) no enterro da estudante paulistana Bruna Gobbi, vítima de ataque de tubarão, como um dos bombeiros que fez parte do resgate da vítima no mar é um falsário. A informação é do chefe de comunicação do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, tentente-coronel Valdy Oliveira. "Esse homem nem sequer faz parte da corporação. Através da placa da moto, que aparece nas reportagens da imprensa, vamos tentar descobrir o endereço dele para saber quem é. Haverá uma investigação, a abertura de um inquérito e, possivelmente, ele será processado", afirma.
Durante o sepultamento, ocorrido quarta no município de Escada, na Zona da Mata Sul pernambucana, onde mora parte da família de Bruna, o falso bombeiro chegou em uma moto e se apresentou como Fábio Francisco da Silva, dizendo ser um dos militares que participaram do resgate, em uma moto aquática. O homem, inclusive, se solidarizou com a família e recebeu cumprimentos pela atuação. Toda a imprensa que estava presente o entrevistou.
"A gente sente um peso na consciência, mesmo tendo feito tudo que podia fazer. Não fui um herói, fiz o que optei fazer. Quando se é bombeiro, isso é algo para o que você se prepara", disse ele ao G1, na ocasião.
A família chegou ao cemitério em um micro-ônibus do Corpo de Bombeiros. "Os únicos representantes da corporação no enterro eram um oficial e um motorista, que conduziram familiares até o cemitério. O Corpo de Bombeiros cedeu a viatura", detalha o tenente-coronel Valdy Oliveira.
Os bombeiros que efetivamente participaram do resgate estavam desde a terça-feira (23) no Rio de Janeiro, onde participaram do programa "Encontro com Fátima", da TV Globo, na quarta-feira. São eles: Márcio Felipe Siqueira Machado (piloto da moto aquática), Anderson Augusto Figueiredo Silva (auxiliar de piloto), Abraão Tenório de Melo Barros (guarda-vidas) e Rafael Faria da Silva (guarda-vidas). Os quatro só retornam ao Recife nesta quinta-feira (25).
Entenda o caso
A estudante paulistana Bruna Silva Gobbi, 18 anos, morreu na segunda-feira (22), após um ataque de tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ela foi sepultada na tarde de quarta-feira (24), no Cemitério Descanso Eterno, em Escada, Zona da Mata Sul de Pernambuco, onde mora parte da família dela.
O laudo com a causa da morte foi divulgado na tarde de terça (23) pelo Hospital da Restauração (HR), onde Bruna faleceu. O texto informa que a paciente chegou à unidade por volta das 15h da segunda, com uma mordida de tubarão na perna esquerda e em choque hipovolêmico, caracterizado pela perda de grande volume de sangue. A jovem já havia tido duas paradas cardiorrespiratórias antes da admissão no HR, sendo uma na UPA da Imbiribeira, para onde ela foi levada primeiro, e outra na ambulância. A terceira aconteceu no hospital.

Bruna teve a perna amputada acima da coxa esquerda e foi mantida na UTI respirando com ajuda de aparelhos e tomando drogas vasoativas, além de outros medicamentos para controle do choque hipovolêmico. Ela evoluiu para uma parada cardiorrespiratória irreversível e morreu por volta das 23h30, sendo encaminhada para o IML na mesma noite.
Bruna foi a primeira mulher a morrer após ser mordida por um tubarão no estado, desde que os ataques começaram a ser contabilizados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).

A estudante visitava Pernambuco, onde passava férias com a família. Ela chegou no dia 18 ao estado, com mãe e uma tia-avó, e já tinha ido ao interior. Elas voltariam para a capital paulista na quarta (24). Bruna estava na praia de Boa Viagem com a mãe, a tia-avó, primos que moram em Olinda e uma prima, Daniele Souza Gobbi, com quem entrou no mar momentos antes do ataque. Daniele afirmou que sabia dos riscos de ataque, mas acreditava que pudesse acontecer apenas no fundo do mar.

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