quarta-feira, 20 de junho de 2012

Erosão marinha ameaça casas e atrações turísticas

Em João Pessoa, o Farol do Cabo Branco, um dos principais cartões postais da cidade, tende a desabar no mar em um período de 20 anos. A avaliação é do geólogo e analista ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (Semam), Williams Guimarães. A estrutura, localizada no alto da Falésia do Cabo Branco, está em uma área que recua entre 0,46 e 1,92 metro por ano, devido à erosão causada pelo mar. Essa área ainda abrange a Praia do Seixas e a Praça de Iemanjá, próximas ao local.
O farol foi construído em 1972. No alto da falésia, duas áreas já desmoronaram e foram cercadas pela Defesa Civil para impedir o acesso dos visitantes.
“Por ser uma falésia ativa, ou seja, que tem interação direta com o mar, ela é o tempo todo esculpida pela erosão de todos os tipos e isso causa o seu recuo erosivo”, explicou Guimarães. “Se permanecer com esta taxa de recuo, diagnosticada pelos estudos que foram elaborados para a área, em aproximadamente duas décadas, o Farol do Cabo Branco tende a cair”.
Falésia do Cabo Branco (Foto: Felipe Gesteira/Secom João Pessoa/Divulgação)Na foto, aparece a ponta do Farol do Cabo Branco em meio às árvores. Ao lado, a estação Cabo Branco, projetada por Oscar Niemeyer. (Foto: Felipe Gesteira/Secom João Pessoa/Divulgação)
Segundo a bióloga e ambientalista Rita Mascarenhas, a falésia iria cair naturalmente, mas o processo foi acelerado. “Ela iria sofrer erosão com o passar dos anos, normalmente. Mas o ser humano construiu prédios, como a Estação Cabo Branco, colocou asfalto, desmatou e, por isso, o solo ficou frágil e não está aguentando mais", justifica.
Para Rita, os fatores econômicos que envolvem aquela área tornam necessários um projeto de contenção da erosão.
Segundo dados da Semam, João Pessoa tem aproximadamente 24,5 km de litoral e o Farol do Cabo Branco tem a maior visitação turística no município, com mais de 70% de procura. Logo em seguida, está a Estação Cabo Branco, projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 2008, que também está situada naquela área.
Cida Costa, proprietária de um comércio no alto da falésia, mostra área deslizamento isolada com cerca de madeira. (Foto: Krystine Carneiro/G1)Cida Costa, proprietária de um comércio no alto da falésia, mostra área deslizamento isolada com cerca de madeira. (Foto: Krystine Carneiro/G1)
A empresária Cida Costa, que possui um comércio no alto da falésia, diz que não tem medo, apesar de uma parte da área turística ter deslizado bem na frente da sua barraca, durante uma madrugada. “Estou aqui há 31 anos e não vou embora por causa de uma coisa que nem aconteceu ainda”, conta.
Com o perigo de deslizamento no local, o acesso a carros no espaço em frente ao farol foi proibido. Um projeto do governo prentende conter a erosão na área da Falésia do Cabo Branco. A intervenção proposta para a área é um "enrocamento aderente" (rochas colocadas) na linha da costa, com o objetivo de dissipar a energia das ondas que batem na falésia. Além disso, serão instalados quebra-mares na Praia do Seixas. As obras estão previstas para começar até janeiro de 2013.

FONTE: GLOBO NATUREZA COM INFORMAÇOES DO G1 PB

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