quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Aliados mantém a projeção da candidatura do senador Cássio ao Governo da Paraíba em 2014


Aliados mantém a projeção da candidatura do senador Cássio ao Governo da Paraíba em 2014 Aliados ortodoxos do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) apostam na perspectiva de uma candidatura sua ao governo da Paraíba em 2014, por mais que algumas evidências descartem essa hipótese. Uma das evidências é o fato de Cássio assumir, de público, que defende o apoio tucano à recandidatura do governador socialista Ricardo Coutinho. Outro fato que é levado em conta, objetivamente, é a incerteza sobre se Cássio, legalmente, terá condições de disputar mandato majoritário em 2014, diante da controvérsia sobre o alcance da Lei Ficha Limpa, na qual foi enquadrado, e que retardou, inclusive, a sua investidura no Senado.


A questão jurídica é mais complexa porque depende da interpretação que for aplicada por expoentes do TSE ou, em última instância, do STF. O compromisso político de Cássio com o direito de Ricardo postular a recondução seria o mais forte impedimento a uma concorrência da parte do herdeiro legítimo de Ronaldo Cunha Lima no cenário político paraibano.  

Em 2010, Cássio ignorou as pretensões do seu colega  e amigo Cícero Lucena, que tentava se viabilizar como candidato ao Palácio da Redenção e decretou apoio a Ricardo com o argumento de que ele seria o único nome viável para derrotar José Maranhão no confronto pelo Executivo. O prognóstico revelou-se acertado. Coutinho foi vitorioso e reconheceu a influência de Cássio na execução do projeto para chegar ao Poder. As relações políticas entre ambos, entretanto, passaram por arranhões desde então. Cássio chegou a se indispor com Ricardo por não dar-lhe ciência de compromissos oficiais em Brasília em gabinetes onde o senador, por coincidência, estava presente para encaminhar demandas de interesse do Estado. Houve divergências motivadas, também, pelo não aproveitamento de aliados cassistas em Pastas estratégicas da administração estadual ou pela falta de autonomia de secretários designados por Ricardo e vinculados a Cunha Lima. Pontuada por “tapas e beijos”, a convivência se manteve até agora, atravessando as eleições municipais de 2012. O senador teve que montar uma espécie de “confessionário” para recolher reclamações sobre o tratamento pouco amistoso dispensado por Ricardo a correligionários políticos seus. Mas nunca estimulou, nem nos bastidores, nem de público, emulações ou radicalizações contra o governador.  

Ainda recentemente, na queda de braço travada entre Ricardo Coutinho e Ricardo Marcelo (PEN), presidente da Assembléia Legislativa, Cássio emitiu pontos de vista preocupantes com a decisão do colegiado parlamentar estadual de alterar o regimento interno para fixar o quorum de maioria simples nas decisões referentes à apreciação de contas do titular do Executivo. Deixou registrado que poderia estar sendo aberto um precedente perigoso para qualquer gestor e pediu prudência no encaminhamento da delicada questão regimental. A reação foi interpretada de forma positiva no núcleo ligado ao governador do PSB, carente de apoios mais sólidos para levar à frente o conflito declarado com a Assembléia, a quem Ricardo acusou de querer montar um poder paralelo no Estado sem legitimidade para tanto.  

O resultado da eleição municipal em Campina Grande, que assinalou a vitória do deputado Romero Rodrigues, cujo vice foi o irmão de Cássio, Ronaldo Cunha Lima Filho (Ronaldinho) elevou o cacife político do senador, que deu uma demonstração de força no seu reduto, enquanto na capital, principal reduto de Ricardo, a candidata por ele apoiada, Estelizabel Bezerra, não logrou ir para o segundo turno, saindo vitorioso o petista Luciano Cartaxo. Na disputa por fatias de poder nos dois maiores colégios eleitorais do Estado, Cássio teve um troféu a exibir, enquanto Coutinho ainda que assistir ao desmoronamento do antigo “Coletivo RC”, um agrupamento que ele montara pacientemente e que se esgarçou a partir da decisão do atual prefeito Luciano Agra de romper com o governo e se engajar à campanha de Cartaxo. Ainda assim, Cássio evitou tripudiar sobre Ricardo, até porque o candidato apoiado pelo senador, por honra da firma (Cícero Lucena) foi desbancado no segundo turno pelo deputado petista, por uma larga diferença de sufrágios.


A expectativa é de que em 2013 sejam feitas avaliações mais concretas em torno da configuração do mapa de poder nos municípios paraibanos e, de forma paralela, seja deflagrado o processo de discussões para formatação da conjuntura de 2014. Cássio teria razões para pleitear a volta ao governo já em 2014 porque foi defenestrado pelo TSE no final do segundo mandato exercido, sob acusação de conduta vedada e improbidade administrativa. Mas ele é realista o bastante para não subestimar um virtual poder de fogo de Ricardo Coutinho, que concentra a máquina estadual nas mãos. Daí a tática de avanço e recuo que adota no relacionamento com o governador, e a forma enfática com que desautoriza prognósticos envolvendo sua candidatura a governador. Seja como for, haverá um esgotamento de consultas jurídicas e de aferições políticas sobre a estratégia ideal a ser colocada em prática. Os cassistas contam as horas, na expectativa de que ele surpreenda e atenda ao chamamento dos liderados. Impossível prever a esta altura o desfecho que vai ser operado.



Fonte: PB Agora com Repórterpb

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