Jesus,
ao realizar este gesto, coloca-se como escravo, o que fez Pedro reagir
diante de Jesus não querendo admitir, de modo algum, que o Mestre se
rebaixasse como escravo diante dele. Olhando o conceito que as pessoas,
do tempo de Jesus, tinham desse gesto do lava-pés, compreendemos o
alcance e o significado do gesto de Jesus.
O rito
do lava-pés, na liturgia, é conhecido desde a mais remota antiguidade e
foi pratica por Papas, bispos e sacerdotes de todas as épocas. Também
imperadores e reis praticaram o lava-pés como sinal de serviço aos seus
súditos. Os monges, que recebiam peregrinos em seus mosteiros,
acolhiam-lhes com ósculo da paz e lavando-lhes os pés, para demonstrar
que estavam a serviço do hóspede. Desde o século IV conhece-se o rito do
lava-pés no Ocidente, com exceção de Roma.
Em Roma,
o gesto do lava-pés na quinta-feira santa generalizou-se a partir do
Século XI. O Missal de Pio V (1563) coloca o lava-pés no final da missa.
A rubrica assim orientava: "Post desnudationem altarium, hora competenti facto signo cum tabula, conveniunt clerici ad faciendum mandatum (...)" Foi em 1955, com a reforma da Semana Santa, que o rito do lava-pés passou ser feito depois da homilia, como é feito atualmente.
Uma
curiosidade diz respeito daqueles que teriam seus pés lavados, na Idade
Média e até recentemente. Deveriam ser pobres. Em alguns países eram 12
homens que representavam os 12 apóstolos de Jesus Cristo. Em outros
países eram 13, como acontecia em Roma, e como perdurou até a Reforma da
Semana Santa, em 1955. O número de 13 pessoas tinha duas explicações:
antigamente, realizavam-se dois lava-pés; um em comemoração do lava-pés
que fez Madalena, quando lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e o
outro, recordando o gesto de Jesus, ao lavar os pés dos seus apóstolos.
Como o primeiro gesto foi suprimido, aquele que representava Jesus
passou a tomar parte do lava-pés dos apóstolos, totalizando 13 pessoas. A
segunda explicação é atribuída ao Papa Bento XIV que contava que um dia
o Papa Gregório Magno, ao lavar os pés de 12 pobres, ao chegar no 12º
notou que tinha mais um; era um anjo e, para recordar este fato, desde
então conservou-se o número 13 até o século XX.
Atualmente
a cerimônia do lava pés é realizada pelo sacerdote, que lava os pés de
algumas pessoas da comunidade imitando Jesus no gesto, mas não como
teatro; ao contrário, como compromisso de estar a serviço da comunidade,
para que todos tenham a salvação, como fez Jesus. O rito atual
acontece depois da homilia quando o sacerdote, retirando a casula,
cinge-se com um avental e lava os pés daqueles representantes da
comunidade.
A Missa do Lava Pés da Paróquia Nossa Senhora da Assunção acontecerá na próxima quinta feira, às 20hs na matriz auxiliar.
Por Pe. Ricardo
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