Torcidas de Treze e Campinense se 'estranham' em CG e três são presos

Por Phelipe Caldas Direto de Campina Grande para o globo esporte

Nem tudo é festa em Campina Grande. Na manhã deste sábado, um momento de grande tensão foi registrado perto da Praça da Bandeira, tradicional ponto de encontro da cidade. Torcedores de Treze e Campinense trocaram insultos e ameaças quando o cortejo fúnebre que levava ao cemitério o corpo de Wagner Albuquerque, presidente da Torcida Jovem do Treze (executado com um tiro na boca na manhã desta sexta), passou por entre raposeiros que faziam uma espécie de prévia da final da Copa do Nordeste, que acontece amanhã entre Campinense e ASA, no estádio Amigão.

Torcida do Treze chama raposeiros para a briga e provocam tensão em Campina Grande
(Foto: Phelipe Caldas / Globoesporte.com/pb)

Os dois grupos ficaram frente a frente e uma briga de grandes proporções só não foi iniciada porque a Polícia Militar chegou ao local e dispersou os dois lados. No tumulto, três torcedores do Treze armados com revólveres calibre 38 foram presos e encaminhados para a Central de Polícia de Campina Grande.

Trezeanos armados foram presos em flagrante
(Foto: Divulgação / 2ºBPM)

A Polícia Civil, inclusive, suspeita que a execução de Wagner Albuquerque foi motivada por rixa entre torcidas organizadas e os policiais investigam a participação de integrante da Torcida Facção Jovem do Campinense no assassinato.
Neste sábado, o veículo da funerária que levava o corpo de Wagner até o cemitério era acompanhado por um grande número de trezeanos, que empunhavam bandeiras da torcida organizada e em coro soltavam gritos de guerra pedindo justiça e prometendo vingança.

Carro funerário levava o corpo de torcedor assassinado e grupo, aos gritos, exigia justiça e prometia vingança (Foto: Phelipe Caldas / Globoesporte.com/pb)

Em determinado momento, os trezeanos chegaram nas proximidades da Praça da Bandeira, que fica perto de um ponto de vendas de ingressos para a final do Nordestã. Os trezeanos, então, ficaram chamando os raposeiros para a briga e soltando fogos de artifício de forma intimidadora. Aos poucos os raposeiros que estavam no local respondiam às provocações e se aproximavam, mas neste momento duas viaturas da PM chegaram ao local.

Torcedores do Campinense faziam festa quando
foram abordados pela Jovem do Galo; polícia evitou
briga (Foto: Phelipe Caldas / Globoesporte.com/pb)

O clima de guerra entre as torcidas está tão tensa em Campina Grande que o Ministério Público da Paraíba concovou uma reunião de emergência para a tarde deste sábado para montar um esquema especial de segurança para evitar que as duas torcidas se choquem durante a final do Nordestão. O temor é que trezeanos integrandes de torcidas organizadas saiam de suas casas apenas para brigar com os membros de torcidas organizadas do clube rival.
Entre as medidas que devem ser tomadas neste sábado, está o possível aumento de policiamento e a proibição do trânsito de pessoas com camisa do Treze pelas proximidades do Estádio Amigão nas horas que antecedem o jogodo Campinense até a manhã de segunda.
Campinense e Treze são os dos principais clubes de Campina Grande e representam uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro. As torcidas organizadas dos dois lados têm um histórico de violência,  mas as últimas horas foram ainda mais tensas por causa da morte do presidente da Torcida Jovem do Treze.

Tumulto entre as torcidas foi registrado na Praça da Bandeira, em Campina Grande
(Foto: Phelipe Caldas / Globoesporte.com/pb)