O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carlos Carrasco, disse na tarde desta quarta-feira (6) que Elize Araújo Kitano Matsunaga disse, durante interrogatório, que matou o marido com um tiro na cabeça após discutir com ele por causa de uma suposta traição. A mulher afirmou à polícia que foi agredida pelo executivo e, por isso, atirou.
Elize, que tem 38 anos, era casada com o diretor-executivo da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, com quem tinha uma filha. Elize é bacharel em direito e técnica de enfermagem. Ela está presa desde segunda-feira (4) suspeita do assassinato.
O delegado informou que Elize confessou que o crime foi passional e provocado por uma traição. A arma usada no assassinato é calibre 380 e já está com a polícia, segundo Carrasco. A mulher contou em depoimento que os dois discutiram por causa de uma suposta traição do empresário e, após ser agredida, pegou a arma e atirou na cabeça do executivo, informou o delegado. Depois, ela arrastou o corpo até o banheiro da empregada, onde ocorreu o esquartejamento. Segundo relato dela à polícia, as partes foram colocadas em três malas e espalhadas pela mata em Cotia, na Grande São Paulo.
Nesta manhã, a polícia pediu a prorrogação da prisão temporária por 30 dias para a Justiça em Cotia. Ela informou em depoimento ter feito tudo sozinha. "Ela confessa espontaneamente que é a autora do homicídio e confessa também que ela praticou sozinha. E também reafirma a tese de que o crime foi passional. Ela disse que houve uma discussão porque ela ficou sabendo de infidelidades e, nessa desavença conjugal, parece que houve uma agressão a ela e, nesse momento, ela pegou a arma e executou o tiro", disse o delegado.
A mulher, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça, passou a última noite na cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo. Por volta das 11h desta quarta, ela foi levada para o DHPP para ser ouvida formalmente sobre o caso. Até as 16h, o depoimento ainda não havia terminado.
Detetive particular
A polícia tenta identificar o detetive particular que foi contratato por Elize para investigar se o excutivo a traía. Ele é procurado para que seja intimado a prestar depoimento sobre seu trabalho. Policiais informaram à equipe de reportagem que o profissional seguiu o executivo e comprovou a infidelidade dele. Fotos e relatórios sobre três supostas amantes foram enviadas para a bacharel. No computador da vítima, peritos da Polícia Técnico Científica identificaram acessos a sites de prostituição.
Suspeita do crime, viúva foi detida na segunda.Nesta manhã, prestou depoimento pela primeira
vez (Foto: Nilton Fukuda/AE)
A polícia suspeita de crime passional, mas motivação financeira não está descartada. Segundo informou na terça-feira (5) o delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, Elize é suspeita de assassinar o marido por ciúmes após descobrir a traição. Ela e a filha teriam direito a receber R$ 600 mil no caso de morte do empresário.
Também é apurado pela polícia se Elize teve a ajuda de alguém para se desfazer do corpo da vítima. Uma testemunha ligou para a Guarda Civil Municipal de Cotia afirmando que um motociclista estava jogando sacos por uma estrada. Dentro deles haviam membros humanos.
Câmeras de edifício
As imagens das câmeras do edifício onde o casal morava não foram divulgadas, mas, segundo a investigação, elas mostram Marcos entrar no prédio no dia 19, mas não registraram sua saída. “A gente sabe que ele entrou no apartamento e não saiu. Em tese, o homicídio aconteceu lá”, disse na terça-feira o delegado Mauro Gomes Dias, que investiga o crime.
Em seguida, a gravação mostra Elize saindo do elevador, levando três malas com rodinhas. E mostra também a volta dela, 12 horas depois, sem as malas. Além das câmeras de segurança, que registraram a saída dela sozinha do prédio, e das sacolas plásticas apreendidas na residência do casal serem idênticas as encontradas com o corpo da vítima, um terceiro indício é levado em conta pela polícia para suspeitar de Elize.
No mesmo dia em que foi presa ela tinha entregado três armas para a Guarda Municipal, para que fossem destruídas. Uma delas usa balas do mesmo calibre que matou o empresário.
Elize chegou por volta das 11h para depor no DHPP (Foto: Nilton Fukuda/AE)
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