Foi-se
o tempo em que as fogueiras de São João eram as únicas responsáveis por
aquecer a cidade no mês de Junho. Durante este período a economia de
Esperança é potencializada em números de grande escala.
Mas
se por um lado grandes redes de hotelaria, bares e restaurantes
aumentam seu capital em números sublimes, ali bem próximo, nos arredores
de onde a festa acontece de verdade, alguém trabalha o ano todo com a
comida mais típica do São João, como meio de sobrevivência.
O
Senhor José tem 62 anos, e há 10 vende milho no mesmo ponto. O local
fica no Centro da cidade em frente a loja Decorama. Zé do Milho, como é
chamado por clientes, ajuda a complementar o salário que sustenta a
família . Todas as tardes, de segunda à sábado, por volta das 14 horas ,
ela sai a pé de sua casa , no bairro do Portal e monta sua barraca de
milho, pamonha e canjica.
“Os
clientes são os de sempre.” diz sorrindo. Pode parecer que no mês de
São João, a comerciante lucre um pouco mais com as vendas, mas ela conta
que não. “É o meu meio de sobrevivência, mas durante o São João a venda
continua a mesma coisa. Porque eu não desço para o parque do povo. Meu
ponto é este, e meus clientes já me conhecem.” confessa José.
Seu
José que trabalha com humildade e perseverança para adquirir seu
“ganha-pão” sabe que contribui para tornar a festa ainda mais bonita.
Pois é pelo seu esforço que o milho continua a ser alimento fora dos
festejos juninos. Os clientes não tem idade nem razão social, às vezes
param em carros, outras vezes vem a pé mesmo. Mas cada centavo conta a
história da força do povo nordestino, a história da beleza do São João.
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