Cleuza
Alonso, professora aposentada da UFS, passou a manhã inteira
acompanhando notícias das vítimas (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
De férias na Paraíba, Cleuza Alonso, professora aposentada da Universidade Federal de
Santa Maria
(UFSM) no Rio Grande do Sul, lamentou a tragédia que matou cerca de 230
pessoas e deixou mais de 100 feridos, a sua maioria alunos da UFSM.
Hospedada há 15 dias na praia de Camboinha, em
Cabedelo na Grande
João Pessoa,
Cleuza Alonso cancelou sua programação de férias para acompanhar o
noticiário “Passei a manhã inteira assistindo às notícias pela TV, ainda
estou muito abalada emocionalmente. Senti como se fosse com filhos
meus”, comentou.
Cleuza Alonso, que também exerce a função de coordenadora educacional
da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), afirmou que mesmo sem
conseguir identificar nenhum dos nomes divulgados, acredita ter muitos
alunos conhecidos da Ulbra em meio à tragédia. “Consegui reconhecer
nomes de algumas famílias, mas não identifiquei ninguém especificamente.
Apesar de ser aposentada pela [Universidade] Federal, tenho relações
muito próximas com os alunos de lá. Busquei informações pontuais pelas
redes sociais, para saber o estado de pessoas que conhecia. Muitos
universitários estavam na festa, que era promovida por alunos de
Agronomia da
UFSM. É uma tristeza muito grande, aqueles jovens tinham muito a oferecer”, comentou.
A professora aposentada afirmou que desmarcou toda a programação
turística do dia após descobrir a tragédia pela manhã. “Hoje teríamos um
passeio de lancha, mas então depois de saber da tragédia, não tive
condições emocionais de curtir o passeio, preferi não ir. Ainda estou me
recuperando, pois me coloco na situação de cada pai e mãe desses
jovens. Tenho filhos da mesma idade que também frequentam boates na
cidade”, lamentou.
Cleuza Alonso, professora da UFSM
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Santa Maria é conhecida por sua grande população estudantil, segundo
Cleuza Alonso. Festas com o objetivo de arrecadar fundos para o baile de
formatura são muito comuns e mobilizam todos os universitários da
cidade. Apesar da frequência das festas, a professora afirma que as
boates da cidade não apresentam segurança. “Pelo que ouço dos jovens,
dos meus filhos, as boates de Santa Maria possuem uma estrutura precária
no que diz respeito ao quesito segurança”, completou.
Com retorno a Santa Maria marcado para o próximo domingo (2), Cleuza
sabe que, mesmo após uma semana da tragédia, encontrará a cidade com o
clima pesado. “Só nos resta apoiar, dar conforto aos pais, irmãos,
amigos dos jovens que foram vítimas dessa tragédia. A tristeza ficará
marcada eternamente na história de Santa Maria”, completou.
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