Ao ser abordado por jornalistas, na entrada do auditório do hotel Tambaú, onde se realizou, ontem, o lançamento, pela Assembleia Legislativa, da campanha “SOS Seca Paraíba”, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) esquivou-se de maiores comentários sobre a chamada “herança maldita” que teria sido deixada pelo ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego (PMDB) para o sucessor, Romero Rodrigues, que tem como vice o empresário Ronaldo Cunha Lima Filho. “Não pretendo polemizar com outro senador a respeito dessa questão.
O prefeito Romero Rodrigues é a pessoa mais autorizada a falar sobre os dados encontrados, porque está convivendo de perto com o dia a dia dos desafios da administração. Por outro lado, entendo que para dirimir dúvidas é só conferir os balancetes disponibilizados pela atual gestão sobre o que foi legado pelo antecessor”, salientou Cássio.
O parlamentar tucano deixou claro que estava apressado para participar da abertura do evento, tendo em vista outros compromissos que precisaria cumprir dentro da sua agenda parlamentar. Numa outra oportunidade, ele falou com mais desenvoltura da importância do evento que a Assembleia estava promovendo, no sentido de alertar as autoridades federais para a adoção de medidas emergenciais e, também, medidas estruturantes, a fim de atender a famílias castigadas pela estiagem e, em outra ponta, flexibilizar os créditos para produtores rurais que necessitam de recursos para incrementar a produtividade que vinha sendo esperada e que foi frustrada diante dos efeitos da seca.
“O que eu não consigo entender é a postura de quase indiferença do Palácio do Planalto diante do quadro de calamidade que se registra no Nordeste. Esta é uma situação excepcional, que coincide com a crise econômica e financeira do país, e era de supor que as autoridades federais tivessem sinalizado um planejamento estratégico para atender populações carentes. Infelizmente, não é o que está se verificando”, protestou Cássio Cunha Lima.
O senador chamou a atenção para o fato de que a divulgação do documento substancial elaborado pela “Caravana da Seca” que foi realizada por deputados estaduais constitui um diagnóstico perfeito da situação que vem sendo denunciada, quer por cidadãos comuns, quer por organizações sociais, lideranças políticas e até por órgãos de imprensa, que enviaram jornalistas aos locais afetados para conferir o quadro de calamidade. “O que posso garantir é que vamos continuar ecoando o assunto da tribuna do Senado e junto a outras instâncias, a fim de que o governo federal desperte, de uma vez por todas, para a premência de acudir os flagelados nordestinos”, finalizou Cunha Lima.
Também presente ao hotel Tambaú, o senador Vital do Rego, do PMDB, voltou a defender seu irmão, Veneziano, das insinuações de que teria deixado um legado desastroso para o sucessor Romero Rodrigues. Vital insistiu no ponto de vista de que está havendo uma “orquestração midiática” para tentar destruir a imagem de Veneziano, em virtude do pré-lançamento de sua candidatura ao governo pelo PMDB em 2014. Mas externou a convicção de que esse movimento não surtirá efeito, alegando que a população campinense sabe discernir, com exatidão, o que estaria por trás da referida orquestração. O depoimento de Vital repete o argumento de que Veneziano deixou saldo em caixa e recursos empenhados que estão à disposição da nova gestão, para investimentos em obras que, inclusive, foram iniciadas no período administrativo do irmão.
A polêmica tende a continuar ressoando em torno do assunto, já que Romero considera do seu dever ser transparente na comunicação com os campinenses em torno do que herdou da gestão anterior. Em paralelo, medidas judiciais estão sendo acionadas para recuperar verbas que teoricamente foram perdidas por falta de maior empenho da gestão passada, e ao mesmo tempo fortalecer parcerias novas que contribuam para um trabalho exitoso da parte de Romero no que diz respeito ao cumprimento das metas estabelecidas durante a campanha eleitoral de 2012.
FONTE: PB Agora com Repórterpb
Nenhum comentário:
Postar um comentário