Ronaldo Cunha Lima morreu aos 76 anos
(Foto: Leonardo Silva/Jornal da Paraíba)
O corpo de Ronaldo Cunha Lima será velado a partir das 14h no Palácio
da Redenção em João Pessoa. O ex-governador da Paraíba morreu aos 76
anos neste sábado (7) na casa da família. Ele lutava contra um câncer no
pulmão desde 2011. Várias pessoas estão no local para se despedir do
político e poeta. “O poeta nos deixa um legado de amor e fraternidade”,
disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), um dos filhos de Ronaldo.(Foto: Leonardo Silva/Jornal da Paraíba)
Segundo Cássio, nas últimas 48 horas, Ronaldo estava sendo sedado. “Ele agonizou muito, mas durante todo esse período se mostrou conformado”, disse. Um dos médicos da família que acompanhavam Ronaldo confirmou que ele sofreu uma insuficiência respiratória e morreu às 9h35.
Antes do velório, quem também falou foi Renato Cunha Lima, um dos irmãos de Ronaldo. Ele disse que na quinta-feira (5) conversou com o irmão e os dois relembraram momentos da infância. “Falei que era para ele não se preocupar, porque a história dele era orgulho para família e que o exemplo dele tinha ficado para toda história”, disse Renato.
Caixão com corpo de Ronaldo é carregado por
amigos da família (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Os prefeitos de João Pessoa, Luciano Agra, e de Campina Grande, Veneziano Vital,
decretaram luto de três dias. Assim como a Assembleia Legislativa. O
governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), emitiu nota lamentando a
morte do ex-governador.amigos da família (Foto: Walter Paparazzo/G1)
O velório em João Pessoa está previsto para acontecer até às 18h deste sábado (7) e depois o corpo de Ronaldo segue escoltado para Campina Grande, no Agreste da Paraíba. Está previsto um outro velório no Parque do Povo, local que foi construído durante a atuação de Ronaldo Cunha Lima como prefeito. O enterro acontece no Cemitério Monte Santo, em Campina Grande.
Carreira política
Sua história política teve como palco principal a cidade de Campina Grande. Aos 23 anos ingressou na vida pública quando foi eleito vereador. Foram quase 50 anos de carreira política até a renúncia do mandato de deputado federal em 2007, último cargo público que exerceu. Ronaldo deixou o senador Cássio Cunha Lima, seu filho, como principal sucessor na política.
Ronaldo toma posse como governador da Paraíba
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Ronaldo já assumiu cargos no legislativo e no executivo: foi deputado
estadual por dois mandatos e em 1969 se elegeu prefeito de Campina
Grande, mas teve seu mandato cassado pela ditadura militar. Em 1982 ele
foi novamente eleito prefeito da cidade, pelo PMDB, e assumiu o cargo em
1983. No ano de 1990 foi eleito governador da Paraíba, cargo que deixou
em 1994 para concorrer ao Senado Federal. Foi senador e em 2002 foi
eleito deputado federal. Com problemas de saúde desde 1999, quando
sofreu um acidente vascular cerebral, Ronaldo ainda ficou alguns anos na
vida pública e deixou o Câmara Federal em 2007, quando exercia o
segundo mandato.(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
A eleição de 1990 foi marcante na trajetória política de Ronaldo. Ele foi derrotado no primeiro turno por Wilson Braga, que já havia governado o estado, mas no segundo turno virou o jogo e venceu com uma diferença superior a 100 mil votos.
Ronaldo chegou a ser detido para prestar
esclarecimentos sobre tiro contra Tarcísio Burity
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Polêmicasesclarecimentos sobre tiro contra Tarcísio Burity
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Em função de um processo judicial por tentativa de homicídio contra seu adversário político Tarcísio Burity, Ronaldo renunciou, em 2007, à cadeira na Câmara Federal para escapar de julgamento no Supremo Tribunal Federal. Na época ele fez uma manobra para dispensar o foro privilegiado, na carta-renúncia ele diz que queria ”ser julgado como cidadão comum“. Leia a carta na íntegra.
O atentado contra Burity foi em 1993 e ficou conhecido como 'Caso Gulliver', nome do restaurante onde aconteceu o crime. O então governador Ronaldo Cunha Lima deu três tiros no seu antecessor, supostamente motivado por críticas que este teria feito a Cássio Cunha Lima, que era superintendente da Sudene. Burity sobreviveu e morreu dez anos depois vítimas de complicações cardíacas.
Ronaldo Cunha Lima no lançamento do seu livro
'Eu nas Entrelinhas', em 2004
(Foto: Arquivo/Jornal da Paraíba)
'Eu nas Entrelinhas', em 2004
(Foto: Arquivo/Jornal da Paraíba)
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