O casamento continua sendo uma
instituição sagrada para os religiosos e uma decisão importante para os
apaixonados, pois é visto como uma prova de amor. Juntar as escovas de
dentes ou dividir a mesma cama, continua sendo um sonho para muitos
casais. Acontece que o 'conto de fadas' está se desfazendo cada vez mais
cedo. Antes de chegar ao divórcio propriamente dito, os casais têm
procurado cada vez mais cedo os consultórios terapêuticos.
Essa realidade é observada pela
psicóloga clínica Karina Simões. Ela diz que tem crescido a busca e
demanda de casais jovens, recém-casados, pela ajuda psicológica, na
esperança de salvar o casamento, que muitas vezes entra em crise por
coisas simples e repetitivas, como quando um dos parceiros esquece uma
data importante, por exemplo. O que parece simples para um, tem um
grande significado para o outro. E aí começa a confusão.
Na avaliação da psicóloga, a procura
pela terapia é consequência da falta de maturidade emocional de ambos.
“Muitos casais hoje não sabem lidar com a renúncia e as frustrações do
estar a dois”, destaca. Segundo Karina, a frustração faz parte da
relação a dois, “mas não fomos preparados para perder e renunciar”. Ela
lembra que o individualismo tem que existir na medida certa para que um
casamento sobreviva e tenha longevidade. “Mas é importante dizer que não
há regras, cada casal terá sua regra interna própria”, frisa.
No consultório, revela Karina, há casais
com quatro meses de união, com 11 meses, com um ano. Dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao Censo 2010,
mostram que, de 2006 a 2010, o número de casais que se divorciaram no
Estado, com menos de dois anos de união, saltou de 33 para 64. Entre os
casais casados há menos de três anos, o número de divórcios subiu de
108, em 2006, para 137, em 2010.
Conforme a psicóloga, antes dos três
anos os casais enfrentam muitas crises, dentre as quais a adaptação de
morar juntos. “Com a cultura e educação distintas, os conflitos vêm”,
explica. Daí então passa-se o período de três a quatro anos. Se
conseguiram sobreviver, ótimo. Agora é que vão começar a viver o lado
bom do casamento.
A nova crise chega com os sete anos de
união ou a chegada do primeiro filho. “O nascimento de um filho,
geralmente, representa uma crise frequente nos casamentos, pois há um
abismo e afastamento entre marido e mulher, que se tornam pai e mãe.
“Depois dessa fase, se sobreviveram, buscam ajuda por volta dos 15 anos
ou até mesmo quando uma nova crise se instala, tipo uma traição, por
exemplo”, ressalta.
kFonte: Jp on line
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